Uma manhã, bem cedo, ia eu a caminho da casa de Allan MacDonald. Seguia o meu rumo e, a dada altura, caminhava junto a um monte de turfa, erguido como se uma parede fosse; do nada, caí ao chão. Não dei grande importância ao caso, mas uns meros segundos depois o mesmo aconteceu. Culpei-me pela falta de atenção nos meus próprios passos; levantei-me e segui caminho – mas logo depois voltei a cair. Olhei em volta e julguei ver a sombra duma mulher ao meu lado. Quando me ergui e voltei a caminhar, senti, ou assim me pareceu, que algo me tocava no ombro, e então caí outra vez. Após o sucedido, decidi que não voltaria a levantar-me; assim, fui de joelhos até à casa onde me dirigia – e a sombra foi no meu encalço, mas não voltou a tocar-me.
Na noite seguinte, fui ao velório duma velha senhora que havia falecido numa quinta. Perguntaram-me se poderia voltar no dia seguinte e trazer cordas para levar o caixão à terra; e eu fui, levando as cordas no bolso que estava do lado donde insistentemente me empurravam para o chão, naquele estranho dia.
Não possuo outra explicação para este
fenómeno se não a seguinte: foi a velha senhora que então falecera que caminhou
ao meu lado e tantas vezes, sem explicação aparente, me fez cair.
- Alexander Brown, Balefuil.
(Relato colectado pela primeira vez na obra "Records of Argyll: Legends, Traditions and Recollections of Argyllshire Highlanders", de Archibald Campbell, 1885.)
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