Escutei a doce voz dos cisnes
Quando o alvor se queria anunciar;
Gorgolejando seguiam viagem,
Avançando firmes, rompendo o ar.
Depressa me ergui e quieto fiquei;
Aos longes lancei um olhar franco:
Quem vai na frente, guiando?
A rainha da sorte, um cisne branco!
Foi isto na sexta-feira, noite alta,
Mas aí não tinha o pensamento focado:
Perdi minhas posses e meus parentes,
Contava-se nesse dia um ano passado.
Deverias ver um cisne à sexta-feira,
Nas benditas horas do amanhecer:
Terias prosperidade de meios e parentes,
E teus rebanhos deixariam de morrer.
Anónimo (da tradição popular escocesa.)
(Versão de Pedro Belo Clara a partir da tradução inglesa do original em gaélico editado no segundo volume de Carmina Gadelica (1900) - um livro de poemas, feitiços e encantamentos populares colectados nas ilhas ocidentais escocesas por Alexander Carmichael.)
(Foto de: tripadvisor.com)